A nova geração do tênis brasileiro segue dando passos firmes rumo ao protagonismo internacional. Nesta quinta-feira (29), João Fonseca, de apenas 18 anos, venceu mais uma batalha em solo francês e garantiu vaga na terceira rodada de Roland Garros. O carioca, número 65 do mundo, superou o experiente francês Pierre-Hugues Herbert por 3 sets a 0, com parciais de 7/6 (4), 7/6 (4) e 6/4, em um jogo duro e cheio de emoção na quadra 14 do saibro parisiense.
Com a vitória, João avança pela primeira vez na carreira à terceira rodada de um Grand Slam, após ter estreado em torneios deste porte no Aberto da Austrália, em janeiro deste ano, onde caiu ainda na segunda partida. Agora, em Roland Garros, o prodígio brasileiro mostra evolução técnica e psicológica, e segue encantando torcedores e especialistas.
Um duelo equilibrado e cheio de reviravoltas
Diferente da estreia mais tranquila, Fonseca teve que mostrar muito mais do que técnica para superar Herbert. O francês, número 147 do ranking e especialista em duplas, não facilitou as coisas. Aos 34 anos e dono de quatro títulos de Grand Slam nas duplas, ele impôs um jogo agressivo, com saques potentes e subidas constantes à rede, exigindo muito do jovem brasileiro.
O primeiro set começou equilibrado, com Herbert sacando muito bem e João respondendo à altura. Logo no início, Fonseca chegou a quebrar o saque do adversário e abrir 2 a 1, mas viu o francês reagir rapidamente e virar o jogo para 4 a 2. O brasileiro, no entanto, não se deixou abalar. Com personalidade, devolveu a quebra, encaixou seu serviço e levou a parcial ao tie-break. No desempate, Fonseca mostrou frieza e venceu por 7 a 4.
Maturidade emocional e solidez no segundo set
No segundo set, a disputa se intensificou. Fonseca abriu com um ace, mas logo enfrentou dois break points. Com inteligência, salvou os dois e manteve o saque. No game seguinte, foi quebrado, mas rapidamente se recuperou, mostrando um nível de concentração acima da média para alguém tão jovem.

A troca de quebras se repetiu, e mais uma vez o equilíbrio levou o set ao tie-break. E, mais uma vez, João foi letal nos momentos decisivos. Com golpes firmes, leitura tática e coragem, venceu o desempate novamente por 7 a 4, abrindo 2 sets a 0 no placar.
Vitória no físico e na confiança
O terceiro set seguiu a mesma tônica: equilíbrio, intensidade e muita luta. Fonseca quebrou Herbert no terceiro game, mas cedeu a quebra no game seguinte. A troca de forças se manteve até que, no sétimo game, João elevou ainda mais o nível. Com uma devolução agressiva e excelente movimentação, conquistou nova quebra e abriu vantagem. Dessa vez, não deixou escapar. Manteve o saque e fechou a parcial por 6 a 4.
Com isso, o brasileiro selou a vitória por 3 sets a 0, em um jogo que durou pouco mais de duas horas e meia, e confirmou sua melhor campanha em um torneio de Grand Slam até aqui.
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Superando a má fase
Mais do que uma vitória importante na tabela, o triunfo sobre Herbert simboliza a recuperação de Fonseca após uma série de tropeços nos torneios anteriores. Após conquistar os títulos do ATP 250 de Buenos Aires e do Challenger 175 de Phoenix em 2025, João sofreu uma sequência de três derrotas: caiu na segunda rodada do Masters 1000 de Madri, e foi eliminado ainda nas estreias em Estoril e Roma.
Agora, embalado por duas vitórias consecutivas em Paris, o jovem tenista brasileiro volta a sonhar alto, e mostra que tem plenas condições de seguir avançando na competição.

Próximo desafio: Monfils ou Draper
Na terceira rodada, marcada para sábado, Fonseca enfrentará o vencedor do duelo entre o britânico Jack Draper (atualmente 5º do mundo) e o veterano francês Gaël Monfils, número 42 do ranking e velho conhecido do circuito. Independentemente de quem vencer esse confronto, o desafio será enorme.
Contra Draper, Fonseca enfrentaria um adversário mais jovem, forte fisicamente e em grande fase. Já contra Monfils, o duelo seria recheado de emoção, já que o francês costuma mobilizar multidões no saibro de Roland Garros e certamente contaria com o apoio massivo da torcida local.
Uma estrela em ascensão
João Fonseca vem chamando a atenção do mundo do tênis desde as categorias de base, mas é agora, aos 18 anos, que começa a escrever seu nome entre os grandes do circuito profissional. Com um estilo agressivo, saque potente e muita disposição para trocar bolas longas no saibro, o carioca mostra que não está em Roland Garros apenas para adquirir experiência, mas sim para competir em alto nível.
A postura madura nas entrevistas e a serenidade em quadra revelam um atleta focado, que entende a responsabilidade de representar o tênis brasileiro em um momento de renovação. E com o talento que exibe, não é exagero dizer que o Brasil pode estar diante de seu próximo grande nome no circuito mundial.
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