A brasileira Bia Haddad Maia se despediu precocemente de Roland Garros nesta terça-feira (27). Em sua estreia na edição 2025 do Grand Slam francês, a número 1 do Brasil e 23ª do mundo foi derrotada pela americana Hailey Baptiste, número 70 do ranking da WTA, por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 3/6 e 6/1.

Um início promissor no primeiro set

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Bia começou a partida com firmeza e mostrou seu favoritismo no set inicial. Com um jogo sólido no fundo de quadra e bom aproveitamento no saque, ela quebrou o serviço da americana em uma oportunidade e fechou o set por 6/4. A postura agressiva e a consistência nos golpes indicavam que a brasileira teria um caminho tranquilo rumo à segunda rodada.

A confiança cresceu ainda mais quando Bia quebrou o game inicial de Baptiste no segundo set, abrindo vantagem no início da parcial. No entanto, a partida tomou um rumo inesperado a partir daí.

Queda física e virada da adversária

A partir da segunda metade do segundo set, o desempenho de Bia Haddad começou a cair visivelmente, principalmente no aspecto físico. Cometendo mais erros não forçados e perdendo intensidade nos deslocamentos, a brasileira permitiu a reação de Hailey Baptiste, que passou a ditar o ritmo com devoluções agressivas e muita variação de jogadas.

A americana empatou a partida com um sólido 6/3, aproveitando as brechas deixadas pela paulista, que parecia cansada e pouco efetiva na construção dos pontos.

Terceiro set irreconhecível e despedida precoce

No set decisivo, a situação ficou ainda mais complicada para Bia. Baptiste dominou completamente as ações, explorando com eficiência a dificuldade da brasileira em manter o ritmo. A americana quebrou o saque de Bia em três oportunidades e fechou o jogo com um dominante 6/1.

Mesmo com a torcida brasileira presente no estádio tentando empurrá-la até o fim, cantando “eu acredito”, a brasileira não conseguiu reagir. Esta foi a terceira vez que Bia Haddad Maia é eliminada na primeira rodada de Roland Garros, repetindo os desempenhos de 2017 e 2024.

Momento positivo antes do Grand Slam

A eliminação veio justamente após um bom momento da tenista no circuito. Na semana anterior, Bia havia chegado à semifinal do WTA 500 de Estrasburgo, mostrando sinais de recuperação após um início de temporada bastante instável.

Em 2025, Bia passou por uma fase difícil, ficando cerca de três meses sem vencer partidas. A semifinal em Estrasburgo foi sua melhor campanha desde a conquista do WTA de Seul, na Coreia do Sul, no início do ano.

Apesar disso, a oscilação física e mental voltou a pesar em Roland Garros — um torneio que já trouxe grandes memórias para a brasileira.

Recordações do auge em Paris

Foi justamente em Roland Garros, em 2023, que Bia Haddad Maia viveu o momento mais marcante de sua carreira até agora. Naquele ano, ela chegou à semifinal do torneio, sendo derrotada apenas pela polonesa Iga Swiatek, que se consagraria campeã do Grand Slam.

A performance histórica a colocou entre as melhores do mundo e a firmou como principal nome do tênis feminino brasileiro. Desde então, Bia tem sido a número um do país entre homens e mulheres e disputado com regularidade as chaves principais dos maiores torneios do circuito.

Participações em Grand Slams e próximos passos

Esta foi a 20ª vez que Bia Haddad Maia participou de uma chave principal de Grand Slam, mantendo sua sequência ininterrupta desde 2022. Mesmo com a eliminação precoce na chave de simples em Paris, ela ainda está inscrita na competição de duplas, ao lado da alemã Laura Siegemund. A expectativa agora é que a parceria nas duplas possa render uma campanha mais positiva e devolver a confiança à tenista brasileira.

Aos 29 anos, Bia segue sendo uma das referências do tênis nacional, mas os resultados instáveis em 2025 acendem um alerta. A preparação para a sequência da temporada, com a grama de Wimbledon no horizonte, exigirá ajustes físicos e técnicos.

Um tropeço, mas não o fim

Apesar da frustração com a eliminação precoce, Bia Haddad Maia ainda tem muito a oferecer no circuito. Sua trajetória recente mostra que é capaz de se recuperar de momentos difíceis, como já fez anteriormente. O desafio agora é retomar a consistência e evitar que as lesões e o desgaste físico comprometam o restante da temporada.

A torcida brasileira segue ao lado da atleta, esperando por mais capítulos de sucesso como aquele inesquecível Roland Garros de 2023.