A história do Campeonato Brasileiro de 2025 está sendo escrita com capítulos inesperados e emocionantes, e um dos protagonistas dessa narrativa é o Mirassol. Em sua primeira participação na elite do futebol nacional, o time do interior paulista vem mostrando que não está aqui apenas para participar — está para competir. E neste sábado, no Morumbis, isso ficou mais claro do que nunca. O Leão venceu o São Paulo por 2 a 0, em um jogo em que foi superior do início ao fim, e impôs ao Tricolor sua primeira derrota em casa na Série A.

Com gols de Ferraresi (contra), após jogada que contou com falha do goleiro Rafael, e de Reinaldo, em cobrança de pênalti com direito a comemoração polêmica, o Mirassol conquistou sua primeira vitória fora de casa no campeonato e ultrapassou o São Paulo na tabela. Agora com 14 pontos, o time do técnico Mozart sobe posições e reafirma seu bom momento. O São Paulo, com 12 pontos, estaciona e ouve as primeiras vaias da torcida em casa na temporada.

Domínio do início ao fim

Diferente de muitos clubes que sobem para a Série A e se mostram tímidos diante dos grandes, o Mirassol vem construindo uma campanha ousada, marcada por personalidade e organização tática. Depois de vencer Grêmio e Corinthians, foi a vez do São Paulo entrar para a lista de vítimas do Leão. No Morumbis, o time visitante não apenas venceu — ele convenceu.

Durante todo o jogo, o Mirassol foi superior. Desde o apito inicial, mostrou controle da posse de bola, movimentação inteligente e uma defesa sólida. O São Paulo, por outro lado, parecia apático, sem criatividade e incapaz de furar o bloqueio adversário. As melhores chances foram todas do time do interior, que soube acelerar quando necessário e desacelerar quando o placar pedia.

O primeiro gol saiu logo aos 7 minutos do segundo tempo, fruto de uma jogada bem construída pela direita. Edson Carioca passou por Alan Franco e serviu Lucas Ramon, que finalizou. O goleiro Rafael até tentou defender, mas a bola escapou. Gabriel dividiu com a defesa e no rebote Ferraresi, pressionado, acabou mandando contra o próprio gol. Um lance que evidenciou a insistência e intensidade do Mirassol.

Reinaldo brilha, marca e provoca com respeito

O segundo gol veio já na reta final, aos 42 minutos, em pênalti cometido por Enzo Díaz sobre Chico Kim. Reinaldo, ex-jogador do São Paulo, cobrou com segurança, balançou as redes e não escondeu a emoção. Na comemoração, misturou homenagem e provocação: repetiu o gesto característico de Aloísio Chulapa e beijou o escudo do São Paulo na bandeira do escanteio.

A atitude gerou reações divididas entre os torcedores, mas Reinaldo explicou o significado após o jogo. “A comemoração principal foi para o Chulapa, um grande amigo meu. Foi através dele que nasceu meu sonho de jogar no São Paulo. Beijei a bandeira porque todo torcedor sabe do amor que eu tenho pelo clube”, disse o lateral, que chegou ao seu quinto gol no Brasileirão.

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Apesar do carinho pelo Tricolor, Reinaldo também fez questão de defender o Mirassol, clube que o acolheu. “Os torcedores dizem que não se pode comemorar, mas seria desrespeitoso com o Mirassol, que abriu as portas para mim. Mostrei respeito pela camisa que estou vestindo”, concluiu.

São Paulo decepciona e torcedores vaiam

Em campo, o São Paulo teve uma das suas piores atuações na temporada. A equipe comandada interinamente por Maxi Cuberas — devido à suspensão de Luis Zubeldía — mostrou pouca inspiração ofensiva, finalizou pouco e só conseguiu alguma posse de bola nos minutos finais, quando já estava em desvantagem no placar.

Sem força de reação, o time acabou vaiado pela torcida ao final da partida. Foi apenas a segunda derrota da equipe no Morumbis em 2025 — a primeira havia sido para a Ponte Preta, no Campeonato Paulista.

O tropeço acende o alerta para o Tricolor, que precisa reagir rapidamente para não se distanciar do G6. Já o Mirassol, com uma campanha surpreendente, mostra que pode brigar por muito mais do que apenas a permanência. O projeto sólido do clube, a confiança dos jogadores e a entrega em campo estão rendendo frutos. E o Brasileirão ganha mais um time competitivo que desafia a lógica.