Carlo Ancelotti deu início oficial à sua trajetória no comando da Seleção Brasileira nesta semana, e o clima já é de expectativa e curiosidade. Com uma carreira consagrada no futebol europeu, o treinador italiano agora enfrenta o desafio de liderar a equipe canarinho rumo à Copa do Mundo de 2026. E ele começou essa nova fase com uma estratégia que já chamou a atenção: esconder sua escalação real.

No treinamento realizado nesta terça-feira, no CT do Corinthians, em São Paulo, Ancelotti permitiu a presença da imprensa apenas no início da atividade. Durante esse período, os jornalistas acompanharam uma formação que parecia ser a base titular. No entanto, tratava-se de um despiste. A verdadeira escalação só foi mostrada — e testada com mais ênfase — após a saída dos repórteres, com os portões fechados.

Durante a parte pública do treino, a comissão técnica colocou 11 jogadores de linha usando coletes, entre eles Danilo, Andreas Pereira e Andrey Santos. Todos eles trabalhariam depois entre os reservas. Quando a atividade seguiu longe das câmeras, Bruno Guimarães e Gerson, que não estavam na formação inicial, entraram no time. Ancelotti deixou claro que manterá o suspense até os últimos momentos antes da partida, sinalizando um estilo estratégico e cuidadoso com os detalhes.

Formação tática e novidades entre os titulares

No campo, a principal estrutura usada por Ancelotti foi o 4-3-3 com triângulo invertido no meio-campo — uma configuração que privilegia a construção de jogadas ofensivas com maior fluidez. Quando o time está sem a bola, a formação muda para um 4-4-2, com linhas mais compactas e foco na recuperação rápida da posse.

A escalação testada com mais intensidade contou com:
Alisson; Vanderson, Marquinhos, Alexsandro e Alex Sandro; Casemiro, Bruno Guimarães e Gerson; Estêvão, Richarlison e Vini Jr.

Duas novidades chamaram a atenção. A primeira é a presença de Alexsandro, zagueiro do Lille (França), que foi convocado pela primeira vez e já figura entre os possíveis titulares. A segunda é a inclusão do jovem Estêvão, do Palmeiras. Com apenas 17 anos, o atacante pode fazer sua estreia como titular da Seleção principal — uma oportunidade rara para um atleta tão novo.

A ausência de Raphinha, suspenso da partida contra o Equador, abre espaço para que Estêvão ganhe minutos importantes. Raphinha estará à disposição apenas para o confronto seguinte, contra o Paraguai.

Brasil altera logística e viaja com antecedência

Outro ponto que marcou essa preparação foi a mudança na logística da Seleção. Pela primeira vez desde a segunda rodada das Eliminatórias, a equipe brasileira viajou com um dia de antecedência ao local do jogo. A delegação desembarcou em Guayaquil, no Equador, por volta das 22h (horário de Brasília) após um voo fretado de aproximadamente seis horas.

A antecipação tem como objetivo proporcionar uma melhor ambientação dos jogadores ao clima e condições locais. Ancelotti terá ainda um último treino na tarde desta quarta-feira, no estádio Monumental de Guayaquil, palco da partida contra os equatorianos. Com isso, o treinador espera finalizar os ajustes finais e reforçar os conceitos táticos praticados ao longo da semana.

Um confronto físico e desafiador

Em suas declarações à imprensa, Ancelotti deixou claro que espera um jogo extremamente físico contra o Equador. Ele destacou que será necessário competir com intensidade para não ser dominado pelo estilo de jogo do adversário.

“O Equador é uma equipe forte fisicamente, e precisamos igualar essa intensidade. Não podemos deixar que eles se imponham no confronto”, afirmou o treinador.

A equipe brasileira terá que encontrar o equilíbrio entre técnica e força, mantendo a posse de bola, mas também ganhando duelos no meio de campo. A expectativa é que jogadores como Casemiro e Bruno Guimarães sejam fundamentais nesse aspecto.

Brasil busca classificação antecipada nas Eliminatórias

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Atualmente, o Brasil ocupa a quarta colocação nas Eliminatórias Sul-Americanas, com 21 pontos, enquanto o Equador aparece na segunda posição, com 23 pontos. A Seleção ainda tem chances reais de garantir a classificação antecipada para a Copa do Mundo de 2026, desde que vença os dois próximos jogos e conte com um tropeço da Venezuela.

Os compromissos decisivos da Seleção são:

Brasil x Equador – quinta-feira, às 20h (horário de Brasília), no estádio Monumental, em Guayaquil.
Brasil x Paraguai – segunda-feira, dia 10 de junho, na Neoquímica Arena, em São Paulo.

Com uma mescla de experiência e juventude, e sob o comando de um dos treinadores mais vitoriosos da história do futebol, a Seleção Brasileira inicia um novo ciclo. A estreia de Carlo Ancelotti representa não apenas uma mudança no comando técnico, mas o início de uma caminhada que pode renovar a identidade do time e reacender a confiança da torcida.