Não foi a estreia dos sonhos. No primeiro jogo sob o comando do técnico Carlo Ancelotti, a Seleção Brasileira empatou em 0 a 0 com o Equador, nesta quinta-feira (5), em Guayaquil, pela 15ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O placar sem gols refletiu bem a performance morna de uma equipe que ainda busca identidade com o novo treinador.

Com o resultado, o Brasil chegou a 22 pontos, permanecendo na 4ª colocação, mas ainda pode ser ultrapassado pela Colômbia, que tem compromisso na rodada. Já o Equador chegou a 24 pontos e, ao menos temporariamente, assumiu a 2ª posição, demonstrando regularidade e organização na competição.

Um Brasil sem criatividade

Mais do que o empate, o que chamou a atenção foi a falta de intensidade e criatividade da Seleção Brasileira. A equipe teve maior número de finalizações (7 a 3) e posse de bola equilibrada, mas poucas jogadas reais de perigo. A melhor oportunidade brasileira veio somente aos 30 minutos do segundo tempo, quando Casemiro arriscou de fora da área e obrigou o goleiro Galíndez a fazer boa defesa.

Durante boa parte da partida, o Brasil teve dificuldades para criar pelo meio e apostou em jogadas pelas pontas, com Vini Jr. e Estêvão. Este último, inclusive, fez sua estreia como titular da seleção principal, mas teve uma atuação discreta. O centroavante Richarlison pouco apareceu, e as trocas no segundo tempo, incluindo a entrada de João Pedro e Andreas Pereira, não surtiram efeito.

Um adversário bem posicionado

Do outro lado, o Equador mostrou força tática e solidez defensiva. Com mais volume de jogo e organização, os donos da casa não se intimidaram com o peso da camisa brasileira. Embora não tenham empilhado chances claras, chegaram com mais frequência à área adversária e ameaçaram principalmente com Yeboah e Estupiñán.

Jogando em casa e embalado por uma boa campanha nas eliminatórias, o Equador valorizou o empate, mantendo a invencibilidade diante de sua torcida e se aproximando cada vez mais da classificação para a Copa do Mundo de 2026.

A estreia da “Era Ancelotti”

Carlo Ancelotti teve apenas dois treinos completos com o elenco antes da partida em Guayaquil. Mesmo com pouco tempo de preparação, optou por uma base confiável, escalando nomes como Casemiro, Vini Jr. e Richarlison, e apostando na juventude de Estêvão.

Apesar da expectativa pela estreia do multicampeão treinador, o desempenho da equipe foi abaixo do esperado. Houve uma falta clara de conexão entre os setores, erros na construção ofensiva e um total de 69 passes errados — número elevado para um time do calibre do Brasil.

Embora seja cedo para julgamentos definitivos, a estreia de Ancelotti indica que o técnico terá desafios importantes pela frente, especialmente para reencontrar o equilíbrio entre a juventude promissora e a experiência que já conquistou títulos importantes com a amarelinha.

Momentos de destaque da partida

A partida no Estádio Monumental de Guayaquil foi tecnicamente fraca, com poucos momentos de emoção. Aos 21 minutos do primeiro tempo, o Brasil desperdiçou uma chance promissora quando Gerson preferiu o passe para Vini Jr. em vez da finalização. Já aos 30, foi a vez de Vanderson perder a bola em uma jogada promissora dentro da área.

O Equador respondeu aos 37 com Yeboah, que chutou forte de fora da área, obrigando Alisson a trabalhar. No segundo tempo, os equatorianos voltaram com postura reativa, apostando nos erros brasileiros e quase marcaram com Estupiñán, em finalização perigosa.

Próximos passos da Seleção

A Seleção Brasileira agora volta suas atenções para o próximo compromisso nas eliminatórias, que será contra o Paraguai, na próxima terça-feira (10), às 21h45 (de Brasília), na Neo Química Arena, em São Paulo. A vitória será fundamental não apenas para manter o Brasil na zona de classificação direta para a Copa, mas também para começar a consolidar o trabalho de Carlo Ancelotti.

Com apenas uma vitória nos últimos quatro jogos, o Brasil precisa reencontrar o caminho do bom futebol e, sobretudo, demonstrar evolução em campo. O empate sem gols e o desempenho opaco ligam o alerta, mas ainda há tempo para ajustes.

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A estreia da “Era Ancelotti” ficou longe do ideal. A expectativa era de um novo fôlego para a seleção, mas o empate sem brilho e a dificuldade em campo evidenciam que o técnico italiano terá muito trabalho pela frente.

Entre ajustes táticos, escolha de peças e entrosamento, o Brasil ainda busca reencontrar seu melhor futebol e se firmar como candidato forte ao título mundial em 2026. Por enquanto, o que se viu em Guayaquil foi um time em transição, sem alma e sem brilho — mas com tempo para amadurecer.

Equador segue firme

Já o Equador volta a campo na mesma data, enfrentando o Peru fora de casa. A seleção equatoriana segue firme na campanha e se consolida como uma das equipes mais organizadas da América do Sul nas Eliminatórias, graças ao trabalho coletivo bem executado e ao crescimento individual de seus jogadores.