O campeão da Libertadores derrotou o campeão da Champions League. Em um feito que entrou imediatamente para a história, o Botafogo venceu o Paris Saint-Germain por 1 a 0 nesta quinta-feira, no estádio Rose Bowl, em Los Angeles, e encaminhou sua classificação às oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes. Com um plano tático perfeito e uma postura defensiva impecável, o time carioca mostrou ao mundo que está pronto para competir com qualquer gigante do futebol.

Liderança e chance de classificação antecipada

Com o triunfo, o Botafogo chegou a seis pontos e assumiu a liderança do Grupo B da competição. Agora, precisa apenas de um empate contra o Atlético de Madrid na próxima segunda-feira, às 16h (de Brasília), novamente no Rose Bowl, para garantir a primeira colocação. Mesmo em caso de derrota, o Glorioso tem grandes chances de classificação, já que só será eliminado se perder por três gols ou mais de diferença — cenário que, neste momento, parece improvável, dado o saldo atual das equipes.

Estratégia e execução perfeitas

Desde o apito inicial, o Botafogo adotou uma postura clara: defender com organização e intensidade, explorar os erros do adversário e ser cirúrgico nas chances de ataque. O Paris Saint-Germain teve a posse de bola e ocupou o campo de ataque, mas não conseguiu transformar esse domínio territorial em chances reais. A defesa alvinegra, formada por uma linha de cinco bem postada, limitou as ações ofensivas do PSG, que abusou das tentativas individuais com Kvaratzkhelia — a única válvula de escape no primeiro tempo.

Enquanto isso, o Botafogo foi direto. Em uma rara chegada ofensiva, Savarino recebeu de Marlon Freitas e lançou Igor Jesus, que dominou, driblou Pacho e finalizou com desvio, vencendo Donnarumma e abrindo o placar. Um gol construído com precisão e que refletiu a eficácia do plano de jogo traçado por Artur Jorge.

Defesa que resiste à pressão

Na segunda etapa, o PSG lançou-se ainda mais ao ataque, mas encontrou um paredão na defesa do Botafogo. Jair Cunha e Barboza foram impecáveis na bola aérea, e o goleiro John respondeu com segurança sempre que exigido, como na defesa frente a Gonçalo Ramos em cobrança de falta de Vitinha. Luis Enrique tentou mudar o panorama acionando jogadores titulares do banco, como Fabián Ruiz, João Neves e Nuno Mendes, mas o cenário pouco mudou.

O Glorioso seguiu fiel à proposta, resistindo à pressão e buscando contra-ataques. Apesar de não criar novas grandes chances, o time carioca soube administrar a vantagem e se proteger, garantindo uma vitória emblemática.

Um grupo que acredita no impossível

O espírito de luta e superação foi traduzido nas palavras do capitão Marlon Freitas após o jogo. “Talvez muitos achassem que tínhamos 1% de chance. Mas para a gente, 1% é muito. Foi assim na Libertadores, foi assim no Brasileiro, e é assim agora. Esse grupo não desiste. Podemos ganhar, podemos perder, mas nunca deixaremos de lutar”, disse emocionado.

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As palavras do volante refletem o sentimento de um elenco que se transformou ao longo do último ano, superando adversidades, críticas e desconfiança para conquistar a América do Sul e agora desafiar os maiores clubes da Europa.

Festa da torcida e celebração histórica

A vitória gerou uma comoção entre os torcedores alvinegros. No estádio Rose Bowl, os gritos de “Foooooooogoooo” ecoaram nos minutos finais, enquanto no Brasil, a Praia de Copacabana virou palco de celebrações. Imagens da festa viralizaram nas redes sociais, mostrando que a conquista mexeu com o coração dos botafoguenses de todas as partes do mundo.

A comemoração foi ainda mais intensa com a presença de John Textor, proprietário da SAF do clube, que invadiu o gramado para festejar ao lado dos jogadores e da torcida. Para ele, a vitória representa algo maior do que um simples jogo — é a consolidação de um projeto que ousou sonhar grande e está colhendo frutos.

Quebrando um jejum de 13 anos

O feito do Botafogo também quebra um incômodo jejum do futebol brasileiro. Desde a vitória do Corinthians sobre o Chelsea na final do Mundial de Clubes de 2012, nenhum time do país havia vencido um europeu em competições oficiais. O triunfo sobre o PSG encerra essa sequência de insucessos e recoloca o futebol sul-americano em posição de respeito diante dos clubes do Velho Continente.

Curiosamente, mais cedo no mesmo dia, o Inter Miami havia derrotado o Porto por 2 a 1, quebrando o jejum da Concacaf. O Botafogo, então, fez o dever da América do Sul e mostrou que o futebol latino segue vivo e competitivo.

Um novo capítulo glorioso

O Botafogo fez história em Los Angeles e provou que, com organização, disciplina e espírito coletivo, é possível desafiar gigantes. A caminhada na Copa do Mundo de Clubes está longe do fim, mas esse 1 a 0 sobre o Paris Saint-Germain já será lembrado para sempre como um marco na história do clube e do futebol brasileiro.

Na próxima rodada, o Glorioso pode selar com chave de ouro a classificação às oitavas de final. Mas independentemente do que vier, o recado foi dado: o Botafogo está de volta ao cenário internacional — e em grande estilo.