Em uma noite emocionante em São Januário, o Vasco venceu o Operário-PR nos pênaltis após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar e garantiu vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil 2025. Com um futebol dominante, mas pouco eficaz, o time comandado por Fernando Diniz sofreu mais do que o esperado contra um adversário bem postado e competitivo.

O jogo ficou marcado não apenas pelo gol do jovem Rayan e pelo empate nos acréscimos, mas também pela atuação controversa do angolano Loide Augusto, que viveu momentos de herói e vilão — e acabou sendo decisivo na disputa de pênaltis.

Domínio vascaíno sem eficácia

Desde o apito inicial, o Vasco mostrou a que veio: posse de bola, movimentação intensa e pressão alta. O técnico Fernando Diniz montou um time ofensivo e com boa fluidez no meio-campo, que controlou as ações diante de um Operário recuado, mas bem organizado defensivamente.

Apesar da superioridade em campo, o cruzmaltino teve dificuldades para transformar essa vantagem em chances claras de gol. Pablo Vegetti, normalmente referência no ataque, teve uma noite apagada e não conseguiu se impor diante da zaga paranaense.

Rayan brilha e abre o placar

A insistência vascaína foi recompensada aos 43 minutos do primeiro tempo. O jovem Rayan, uma das grandes promessas da base de São Januário, recebeu em velocidade pela esquerda, invadiu a área e bateu com categoria por baixo das pernas do goleiro Elias, abrindo o placar e levantando a torcida presente.

O gol foi um alívio para a equipe e coroou a boa atuação da joia da base, que vem ganhando cada vez mais espaço com Diniz.

O lance polêmico de Loide Augusto

No segundo tempo, o Vasco manteve a mesma postura ofensiva. Aos 69 minutos, Fernando Diniz promoveu uma substituição: entrou o angolano Loide Augusto no lugar do português Nuno Moreira. E foi ele quem protagonizou um dos momentos mais inusitados da partida.

Pouco após entrar, Diniz tentou chamar Loide para dar uma instrução tática à beira do campo. O atacante ignorou o técnico e, na sequência, fez uma jogada individual, arriscando um chute de fora da área que obrigou Elias a fazer uma boa defesa. Após o lance, Loide levou a mão ao ouvido e olhou em direção a Diniz em um gesto provocativo, como se dissesse: “Viu só?”.

O gesto gerou repercussão imediata nas redes sociais e demonstrou certa falta de sintonia entre jogador e treinador, algo que pode ser trabalhado nos bastidores.

Empate nos acréscimos e tensão no ar

Apesar do controle da partida, o Vasco não conseguiu ampliar o placar e deixou o Operário vivo no jogo. E, como diz a velha máxima do futebol: quem não faz, leva.

Nos acréscimos da segunda etapa, Loide Augusto perdeu uma bola no campo de ataque, e o Operário puxou um contra-ataque fulminante. Cristiano avançou pela esquerda e cruzou na medida para Ademilson, que subiu mais alto que a zaga e cabeceou para o fundo do gol: 1 a 1, aos 90+3 minutos. Um balde de água fria em São Januário.

Pênaltis: redenção de Loide e herói Léo Jardim

Com o empate no tempo regulamentar, a decisão foi para as penalidades. E o drama não acabou por aí. Após as primeiras cinco cobranças, o placar marcava 4 a 4, com um erro para cada lado.

A disputa seguiu até a nona série de cobranças, com tensão total no estádio. O mesmo Loide Augusto, que havia se complicado durante o jogo, foi chamado para bater pelo Vasco — e converteu com segurança.

Na sequência, Allan Godoi foi para a cobrança do Operário, mas parou no goleiro Léo Jardim, que fez grande defesa no canto esquerdo. Festa cruzmaltina em São Januário! O Vasco está nas oitavas da Copa do Brasil.

O peso da classificação e os desafios de Diniz

A vitória nos pênaltis mantém o Vasco vivo na Copa do Brasil, competição que pode representar um caminho importante para a conquista de um título nacional e também uma possível vaga na Libertadores. Mas o jogo deixou sinais de alerta.

O time ainda sofre com a falta de precisão no ataque e com desconcentrações nos minutos finais. Além disso, a postura de alguns jogadores, como a de Loide Augusto, levanta questionamentos sobre a disciplina e o controle emocional da equipe.

Fernando Diniz terá trabalho para corrigir esses detalhes, mas segue com o apoio da diretoria e da torcida, especialmente após o avanço em uma competição tão importante.

Próximos compromissos

Agora, o Vasco aguarda o sorteio para conhecer seu adversário nas oitavas de final da Copa do Brasil. No Campeonato Brasileiro, a equipe busca se estabilizar e ganhar sequência positiva para continuar brigando na parte de cima da tabela.

A classificação nos pênaltis serviu como teste de fogo para o grupo, que mostrou resiliência e frieza em um momento decisivo. Se quiser seguir avançando, o Vasco precisará transformar seu domínio em gols — e controlar melhor as emoções dentro de campo.