Foi uma noite de fortes emoções no Estádio Rei Pelé, em Maceió. Em um duelo tenso e repleto de simbolismo, o Santos foi eliminado da Copa do Brasil pelo CRB nos pênaltis, após empate sem gols no tempo regulamentar. O retorno de Neymar aos gramados, o protagonismo do goleiro Matheus Albino e a provocação ao ídolo santista marcaram um dos jogos mais comentados da rodada.
Neymar retorna, mas não salva o Peixe
Após meses afastado por conta de uma lesão na parte posterior da coxa esquerda, Neymar surpreendeu ao retornar antes do previsto, fruto de uma recuperação acelerada e intensa nos treinos. O craque começou no banco de reservas, mas entrou aos 20 minutos do segundo tempo para tentar mudar o destino da partida — e quase conseguiu.

Sua entrada deu nova vida ao time. Em poucos minutos, o camisa 10 mostrou sua qualidade técnica, distribuindo boas jogadas e criando oportunidades para Souza, Thaciano e Guilherme. Ele próprio arriscou finalizações perigosas de média distância, exigindo grandes defesas de Matheus Albino, o herói da noite pelo lado alagoano.
A principal chance de Neymar aconteceu por volta dos 30 minutos do segundo tempo. Após receber na área, bateu rasteiro no canto, já correndo para comemorar. Mas Albino, em noite inspirada, se esticou e desviou com a ponta dos dedos, frustrando o ídolo santista e toda a torcida alvinegra.
Apesar do impacto positivo de Neymar, o Peixe não conseguiu tirar o zero do placar. E nos pênaltis, a história tomou um rumo ainda mais amargo para os santistas.
Pênaltis e drama: CRB avança às oitavas
Com o empate persistente, a vaga nas oitavas de final foi decidida nos pênaltis. O CRB levou a melhor por 5 a 4. Do lado alagoano, apenas Fernando Henrique desperdiçou. Já pelo Santos, Guilherme e Zé Ivaldo falharam nas cobranças. Coube mais uma vez ao goleiro Matheus Albino brilhar: ele defendeu a última cobrança, garantindo a vaga para o Galo.
O CRB, que havia entrado diretamente na terceira fase da competição por ter sido vice-campeão da Copa do Nordeste em 2023, celebra não apenas o feito esportivo, mas também a premiação milionária. Somando a participação na terceira fase (R$ 2,31 milhões) e a classificação para as oitavas (R$ 3,63 milhões), o clube já acumulou R$ 5,9 milhões na atual edição da Copa do Brasil.
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Provocação e resposta
Após a vitória, o meia Lucas Kallyel, do CRB, provocou Neymar ao imitar seu gesto de comemoração, uma atitude que gerou repercussão nas redes sociais. A provocação foi vista por muitos como desrespeitosa, mas para outros, uma típica cena do futebol competitivo e emocional.
Neymar, por sua vez, foi direto em suas palavras ao fim da partida:
“Não tenho o que dizer. A situação é muito ruim, e a gente sabe disso. Só depende de nós para mudar.”
Questionado sobre a possibilidade de renovar contrato com o Santos, o craque foi breve e enigmático:
“Não sei.”
Ainda assim, destacou sua influência em campo:
“Eu sei que, comigo em campo, as coisas são diferentes. Você viu que, em 20 ou 25 minutos, eu posso fazer a diferença. Sei que posso ajudar meus companheiros. Foi meu primeiro jogo após um longo tempo parado. Mas também não pode depender só de mim. Precisamos de todos os jogadores para sair dessa situação.”

O jogo em detalhes
O confronto foi truncado desde o início. O Santos teve mais posse de bola, mas com dificuldades para penetrar a defesa organizada do CRB. A melhor chance da primeira etapa foi do Peixe, em contra-ataque finalizado por Barreal, mas Matheus Albino salvou. O Galo respondeu com uma boa jogada de Danielzinho, também parada por Gabriel Brazão.
No segundo tempo, antes da entrada de Neymar, a melhor chance foi um chute de longa distância de Meritão, defendido por Brazão. A entrada do camisa 10 mudou a dinâmica ofensiva do Santos, mas não foi suficiente para balançar as redes. Mikael ainda perdeu uma chance incrível para o CRB nos minutos finais, sem goleiro, chutando para fora.
Reflexão para o futuro
A eliminação precoce é um duro golpe para o Santos, que vive uma temporada irregular e agora tem um caminho ainda mais difícil pela frente. A volta de Neymar é um alento, mas também um lembrete de que, por mais talento que ele represente, o futebol é coletivo. O clube precisa se reorganizar, recuperar o moral e reencontrar sua identidade.
Já o CRB segue em frente, com moral elevada e cofres mais cheios. A classificação sobre um gigante como o Santos certamente dará confiança para as próximas fases da Copa do Brasil.
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